domingo, 22 de março de 2015

Começando pelo começo - estou grávida!

Esta gravidez foi planejada e mais do que isso, muito desejada. Vamos começar pelo começo. Meu marido e eu resolvemos ter um filho. Por algum tempo pensamos que precisávamos de estabilidade para isso acontecer, o que implica em comprar uma casa, ter um emprego CLT, etc. Mas o momento em que estamos é muito diferente, ele fazendo um doutorado num país estrangeiro, eu acompanhando e trabalhando de forma autônoma. Então, vamos ter um filho agora e faremos o melhor para cuidar do bichinho. Dinheiro se arruma e amor não vai faltar.

Em algum momento em maio, achei que algum problema de saúde estava dificultando as coisas. Resolvi que no ano que vem procuraria um médico e pronto, era isso, não engravidaria em 2014. Então, surgiu um curso que me atraiu – Tradução Literária em uma editora, de Dublin. O curso seria presencial e duraria 3 meses, começando em junho. Comprei passagem, fiz a mala. Apareceu, é claro, um projeto imenso cuja data de entrega era 7 de junho, data da viagem.

Eu andava com uma infecção urinária. De vez em quando tinha, e por isso sempre tive uns antibióticos comigo. Eu sei, automedicação, que coisa feia. Mas como era raro, era apenas uma emergência. E desta vez, eu recusei me automedicar. Relutei por uns 2 dias com dor, se ia ao médico ou tomava logo o remédio. Com a menstruação atrasada, era algo difícil de decidir. Nunca fui um reloginho, mas algo estava diferente e eu não sabia bem o quê. Fui à farmácia, comprei um teste de gravidez e veio o primeiro resultado negativo. O objetivo era ter certeza de que eu podia tomar os remédios, mas ainda assim não consegui.

O Thi conseguiu o contato de uma médica que aceitava nosso seguro de saúde e agendei pro dia seguinte. Comprei outro teste de gravidez e veio outro resultado negativo. Na consulta, mais um teste de gravidez, outro resultado negativo. Durante o exame, a médica disse que o colo do útero estava mole e esse era o primeiro "sintoma" de gravidez, a primeira forma como o corpo reagia. Mas o teste deu negativo, o que se passa? Ela me pediu calma, disse que cuidaríamos de uma coisa de cada vez. A infecção era o mais urgente agora. Me receitou um antibiótico fraco, um pó que eu deveria dissolver num copo com água e tomar por duas manhãs. Também me receitou uns comprimidos para "ajudar" a menstruação a vir (e ela disse que viria se eu não estivesse grávida), uns comprimidos pra dor e ácido fólico ("afinal, quer engravidar, certo? então temos que começar a cuidar do seu corpo"). Tomei tudo conforme a orientação da médica. No mesmo dia, a dor já era menor. A infecção sumiu no dia seguinte.

Numa terça-feira, tivemos a consulta de retorno, onde apresentei os resultados dos exames. A menstruação continuava atrasada. Os resultados foram bons, sem qualquer problema. No sábado, eu viajaria para Dublin, onde ficaria por 3 meses por conta de um curso em tradução literária. A médica sabia. Perguntei o que deveria fazer se a menstruação não viesse em uma semana, e ela disse para falarmos sobre isso depois. Me passou o número do seu celular e seu email, para mantermos contato e ela poder me orientar à distância.

No sábado, 7 de junho, era o dia de viajar. Eu estava finalizando uma tradução, enquanto o marido me ajudava a fazer a mala. Pedi que ele comprasse algumas coisas pra eu comer no caminho, para não enjoar. E pedi que comprasse um teste de gravidez. Por pelo menos um mês, fiquei repetindo pra ele "quer ver que vou descobrir que estou grávida só quando estiver em Dublin?". Ele ria.

Chegou em casa com o teste e um presente, um coelho de pelúcia que batizou de Sofia. Fiz o teste e deixei descansando na minha mesa, enquanto trabalhava. E esqueci. Depois de algum tempo, o Thi chegou, olhou o teste, me olhou... Perguntou se eu já tinha visto. "O que foi?", perguntei, ao que ele respondeu "Deu positivo". Pensei comigo "impossível". Peguei a caixinha pra rever os resultados. Peguei o stick e fiquei encarando por um tempo. Ele ligou pra mãe pra contar, uma amiga foi nos visitar e contamos para ela também (que teve a brilhante ideia de fazer um teste que indica o tempo de gravidez). E contamos para minha mãe.


Gente, deu mesmo positivo.




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