quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Resumo do 4º mês

Um belo dia, você virou sozinha e ficou de bruços. Não conseguia voltar, chorava porque queria voltar. Dois dias depois, você conseguia voltar a ficar de barriguinha para cima. E mais um dia e pronto, você começou a engatinhar para trás. E ficava toda irritada porque estava se afastando do local pra onde você queria ir.

Hoje, 24 de junho, ouvi um "aaaah, dadá". Lógico que você não pronunciou mais nada desse tipo por um tempo, né? E seu pai não estava por perto, então fiquei como... maluca :D



(escrito em 24/6/15, mas encontrado nos Rascunhos somente hoje. Perdoa o truncamento, filha)

A amamentação por aí

Semana passada foi a Semana Internacional da Amamentação, então vamos estender um pouquinho a comemoração. Pouca gente sabe que a OMS recomenda amamentação EXCLUSIVA até os 6 meses de idade, e prolongar amamentação junto com a alimentação até os 2 anos.

2 anos é muita coisa. Tive essa impressão porque o começo não foi fácil. A A. teve língua presa e por isso não tinha forças para sugar, vocês sabem. E chorava. Muito. Estava sempre com fome. Depois que o pediatra resolveu, a vida melhorou.

Ela mamava bem, ganhava peso, se desenvolvia lindamente.

Li muito durante a gravidez, era necessário, me empoderei o máximo que consegui. E assim chegamos aqui, 18 meses de amamentação, 6 meses exclusivos. Tenho muito orgulho disso, de estar conseguindo respeitar o nosso tempo, meu e dela. E devo muito desse sucesso a ti, marido, que sem seu apoio, eu estava de rastos.

Mas os olhares! Ah, os olhares quando vêem a A. mamando...

  • NO PORTO
Um belo dia, num trajeto de ônibus, a caminho da dança espiral, entra uma senhora e vem na nossa direção a sorrir, porque viu que eu tinha um bebê. Mas quando viu que ela mamava, começou a falar que "não pode, é feio". Minha vontade era de rir, sinceramente. Feia é a sua cara, kiridinha, fica aí na tua. Não falei nada, os hormônios me deixaram mais leve.

  • EM SÃO PAULO
Acham estranho, fazem caretas, mas nunca ouvi nada. Falam baixinho, pelos vistos :D

  • NO RIO DE JANEIRO
Igual São Paulo. Como passeei bastante com ela no sling, já chamávamos a atenção naturalmente... Quando viam um peito solto, nossa, ficava todo mundo besta!

  • NO CEARÁ
Ok, aqui foi uma surpresa. Acho que me armei tanto, depois de tantos olhares e tanta bobagem que já escutei, que me fechei. Se está olhando, se solta um "ai meu Deus", pronto, já acho que vai falar mal.

Em visita a uma parente do marido, uma senhorinha muito religiosa e simpática, a A. pediu pra mamar. E eis que a senhora exclama "que coisa mais linda". Chegou a tirar uma foto!

Muito fofo! Mas confesso que continuo armada.

Eu, amamentando. Exposição Com Ciência, RJ, 2016

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Mensário de uma mãe quase doida

Quando o seu pai sugeriu que passássemos 4 meses no Brasil, achei engraçadinho. Achei que era piada, filha, confesso. Mas claro, é seu pai, então ele falava sério. Como assim passar 4 meses longe da nossa casa? Dos nossos passeios no Jardim do Palácio de Cristal? Gosto tanto da nossa rotina calma, previsível. E lá vem seu pai sacudir tudo...

Saímos no finzinho de abril, eu quase em frangalhos de medo. Medo de tudo, filha. A falta de rotina, de horário pra dormir, dos espaços que a gente conhece e que nos dão segurança. Medo dos comentários sobre a amamentação, sobre a forma como escolhemos criar você. Medo das 10h presos num avião, sem poder te deixar correr pelos corredores.

Afinal, você me surpreendeu. Me desculpa por não ter confiado em você, filha.


O trajeto no avião foi tranquilo, os encontros com os parentes foram tranquilos, estar na casa dos avós foi tranquilo. Foi tudo tranquilo pra ti. Adoraria deixar você me guiar daqui pra frente.