Quando o
seu pai sugeriu que passássemos 4 meses no Brasil, achei engraçadinho. Achei
que era piada, filha, confesso. Mas claro, é seu pai, então ele falava sério.
Como assim passar 4 meses longe da nossa casa? Dos nossos passeios no Jardim do
Palácio de Cristal? Gosto tanto da nossa rotina calma, previsível. E lá vem seu
pai sacudir tudo...
Saímos no
finzinho de abril, eu quase em frangalhos de medo. Medo de tudo, filha. A falta
de rotina, de horário pra dormir, dos espaços que a gente conhece e que nos dão
segurança. Medo dos comentários sobre a amamentação, sobre a forma como
escolhemos criar você. Medo das 10h presos num avião, sem poder te deixar
correr pelos corredores.
Afinal,
você me surpreendeu. Me desculpa por não ter confiado em você, filha.
O trajeto
no avião foi tranquilo, os encontros com os parentes foram tranquilos, estar na
casa dos avós foi tranquilo. Foi tudo tranquilo pra ti. Adoraria deixar você me guiar daqui pra frente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário